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ENTREVISTA: Bárbara Félix




Antes de responder às perguntas, faça uma breve apresentação falando de você. 
"Meu nome é Bárbara Félix. Tenho 19 anos, estudante de jornalismo,e, embora seja muito nova e esteja na metade do curso, tenho algum conhecimento na área da comunicação, a partir de estágios e práticas na faculdade, indo a campo para trabalhos práticos. Sou de Lagoa da Prata, gosto muito da cultura que nossa cidade tem,embora seja inexplorada. Atualmente faço estágio no portal de informação e entretenimento, o 'Sou + Lagoa'."

O que te levou a escolher o curso de jornalismo?
"Desde criança eu gosto de contar histórias, até quando não sabia ler... (risos) a minha mãe me conta que houve uma vez em que a professora contou a ela que eu estava 'lendo' para meus coleguinhas uma história, mas apenas tendo minha interpretação das imagens. E eu sempre escrevi muito! Seja em diários, folhas soltas e tal, mas sempre escrevi. Chegando ao ensino médio eu comecei a me interessar muito por assuntos sociais e gostava de fazer as redações. Eis que a ideia do jornalismo surgiu porque encaixava direitinho,sabe... E me inspirei também na correspondente internacional Cecília Manlan e no Evaristo Costa. Daí a ideia não saiu mais da minha cabeça, queria ser como eles."

O que você mais gosta e o que menos gosta nessa profissão?
"O que mais gosto é que, tendo ética e profissionalismo, buscamos saber a verdade, mas não para que o veículo em que trabalhamos possa vender, e sim para que a população possa saber a respeito das informações com clareza. O que menos gosto é a parcialidade nos veículos de comunicação, principalmente impresso. Por isso muitas vezes dizem que o jornalismo mente. Na verdade muitos veículos são comprados para expor apenas uma parte."

Qual a sua opinião sobre o jornalismo atual?
"Está bem difícil por um lado, mas bom pelo outro. Difícil porque hoje qualquer um pode ser jornalista, não é preciso diploma - embora quem tenha terá mais credibilidade na área e mais chances. O mercado está super saturado, realmente não há espaço para os 'mornos', então tem que ser muito bom e se esforçar para ter um emprego bom na área. Mas o lado bom do jornalismo atual é consequentemente ligado ao lado ruim (risos). Se não há espaço para os novos, há a questão do jornalismo independente que é super moderno e, sendo bem feito, rende muito. Um exemplo disso é o 'Next U'. Empreender no jornalismo é a chave e isso nos tempos de hoje é super bacana."

Você é uma pessoa que lida com fatos diariamente, qual a sua opinião a respeito das fakes news?
"Fake news causa um caos! Realmente é uma tristeza. Mas sabe, é muito fácil combater esse 'vírus' do fake news: se receber algo no WhatsApp ou ver alguém compartilhar no Facebook, joga no Google antes, lá vão ter diversas reportagens, matérias que vão dizer se é verídico ou não. E geralmente é mentira (risos) é só tomar cuidado ao compartilhar."

E quais as suas dicas para identificar uma fake news?
"Como mencionei, é bom que apure! Ou seja, busque nos sites de maior confiança no jornalismo, eles com certeza já publicaram a respeito. É importante que apure, que saiba que é verdade antes de compartilhar.

Você já compartilhou alguma fake news? Se sim, você tinha conhecimento que era uma notícia falsa?
"Na verdade não. Nem antes mesmo de surgir esse termo 'fake news'. Mas houve uma vez em que compartilharam e apareceu no meu Facebook a morte de uma apresentadora. E ficou tudo tão bem feito,as fotos, a história montada... eu cheguei a acreditar, mas procurei saber porque sou curiosa. Na época nem estudava jornalismo. Acabou que era uma mentira, brincadeira maldosa."

Na sua opinião as " fake news" podem influenciar negativamente a sociedade em que vivemos?
"Com certeza. Como eu disse, fake news causa um caos tremendo. Geralmente sobre política há muita fake news. E pessoas mal informadas compartilham,  outras pessoas veem aquilo, acabam acreditando e em uma alienação é influenciado pela mentira publicada com cara de verdade. Isso traz consequências drásticas, as pessoas compartilham a mentira e ainda influenciam outros,convencem o outro a fazerem o mesmo."

Qual a importância de discutirmos as "falsas notícia" que são espalhadas?
"É muito importante. Sempre que ver algo que parece duvidoso, pesquise. Se alguém da família mandar tal notícia, procure ver se é verdade e se não for, dê um feedback a ela e diga que é mentira, peça para não compartilhar com mais pessoas. Ou assim que ela enviar pergunte: 'Isso é verdade?', 'A fonte  dessa notícia é confiável?', 'Você já olhou em algum site de informação a respeito disso?'”

Em consequência dos fatos ocorridos atualmente na internet, qual sua opinião sobre a exposição infantil e pessoal?
"Eu acho que qualquer exposição de imagem seja infantil ou pessoal, se não tiver um consentimento do responsável da criança ou da pessoa exposta, é algo chato. Só pode ser exposto o que for autorizado, fora disso é tratado como uma falta de ética gravíssima."

O que você acha a respeito de influenciadores digitais que mentem sobre suas vidas na internet fingindo ser o que não são?
"Acho triste! Pois eles instigam as pessoas a quererem ter vida igual a deles, mentem sobre muita coisa, e no fim não é nada daquilo que mostram. Não vivem a verdade. Por um lado são narcisistas, e gostam apenas da foto perfeita que publicam, ou seja, sempre cheios de maquiagem e filtros de correção. As pessoas ficam querendo ser iguais ao invés de ser quem realmente são.

O que acha que pode ser feito para que a internet seja um ambiente mais seguro para os jovens?
"Acho que o jovem que deve ter responsabilidade e senso. Afinal, os perigos estão em toda parte, qualquer um pode ser submetido a algo. É só passar a ter um pouquinho mais de senso, passar a não ser influenciado por tudo que vê."

Em sua opinião, qual o maior risco que a internet pode nos oferecer?
"Digo que talvez o rótulo de belo que muitas coisas tem na internet, por exemplo, pessoas fakes; os golpes nas compras online para as crianças, deixar que elas tenham acesso às coisas livremente... são muitos riscos, mas que podem ser combatidos a partir de mais atenção do internauta."

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